Contornando o cenário de incertezas na economia, o varejo caminha para uma normalização “pós-Copa”, pelo que se observa do movimento de vendas. Em vista disso, enquanto as previsões do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano ficam próximas do zero, as vendas devem ficar em torno de 2%, como usualmente costuma acontecer em cenários assim.
A análise é do economista Alfieri, que destaca que, mesmo que o crescimento econômico venha perdendo velocidade desde 2010, deve-se ressaltar que, se de um lado o consumidor está mais cauteloso, porém mais educado financeiramente, a concessão de crédito mais seletiva ajuda a controlar a inadimplência – o que é positivo para o comércio. “O desemprego em patamares mais baixos diminui preocupações em relação ao indicador, que caiu muito nos últimos anos e ajuda a equilibrar períodos ocasionais de alta”, explica.
Em um ambiente macro, Alfieri afirma que a inflação segue resistente, batendo nos 6,75% nos últimos 12 meses encerrados em setembro – estourando o teto da meta do governo – de 2,5% a 6,5%. Mas há uma boa notícia: a queda dos preços internacionais do petróleo realinharam o valor do produto no mercado interno e isso pode aliviar um eventual reajuste dos combustíveis, desde que o câmbio não seja muito pressionado. “A ressalva é que, se o reajuste da gasolina for pequeno ou não houver reajuste, não só a Petrobras seria prejudicada, mas o setor sucroalcooleiro como um todo, apesar de não prejudicar o lado real da economia”, finaliza.
Fonte: www.dcomercio.com.br – Publicado, 16/10/14 – Escrito por Karina Lignelli