Setor industrial continua dependente de renúncias fiscais

Por José Valter Martins de Almeida

A produção industrial avançou 1,5% em agosto com relação ao mês anterior, segundo o IBGE. No ano acumula retração de 3,4%. Dois dados chamam atenção. De um lado, embora o avanço da produção tenha sido abrangente, alcançando 20 subsetores, o aumento da produção no mês concentrou-se na indústria automobilística, cuja produção cresceu 3,2% estimulada pela perspectiva de retorno de um IPI cheio. Porém, a queda acentuada das vendas de automóveis em setembro justifica alguma cautela quanto à continuidade do crescimento. O provável aumento dos estoques fará com que as montadoras reduzam a produção. Por outro lado, um fato positivo foi o crescimento da produção de bens de capital, refletindo algum otimismo dos industriais.

A questão é se a recuperação em curso é sustentável. Na realidade, enquanto o governo não direcionar a política econômica para investimentos na infraestrutura, de forma a aumentar a competitividade, o setor industrial continuará dependente de renúncias fiscais.

Ano I, ed.42

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