Queda de arrecadação e falta de controle dos gastos pode comprometer meta de superávit

Por José Valter Martins de Almeida

A Receita Federal revisou de 3,5% a 4% para 1,5% a 2% a projeção de crescimento real da arrecadação neste ano. Em agosto, a arrecadação foi 1,84% menor, em termos reais, que a de agosto de 2011. Nos oito primeiros meses do ano o aumento foi de 1,45% sobre igual período do ano passado. A queda dos lucros das empresas e o desaquecimento econômico são os maiores responsáveis por esse resultado.

Com a queda da receita, a meta de superávit primário, de 3,2% do PIB, corre risco de não ser cumprida. Para tentar fechar a conta, o governo já começa a fazer manobra fiscal. Por meio de um decreto presidencial publicado no Diário Oficial da última segunda-feira, o Conselho de Administração do BNDES (que é controlado pelo governo) foi autorizado a declarar dividendos intermediários relativos ao lucro do banco no balanço encerrado em 30 de junho. O repasse de recursos vai acontecer apesar da queda de 48% no lucro do BNDES no primeiro semestre deste ano. Outras operações desse tipo serão necessárias. O grande problema é que o governo não está contendo gastos.

Ano I, ed.37

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