Para conquistar cliente, olho no olho

Em tempos de rápidos avanços tecnológicos e do crescimento das redes sociais, os contatos pessoais ainda prevalecem como estratégia básica das empresas para a conquista de novos clientes. Esta é a conclusão de uma pesquisa que entrevistou mais de 200 diretores e gerentes de marketing e de inteligência de mercado em todo o Brasil. Realizada pelo Instituto Brasileiro de Inteligência de Mercado (Ibramerc) neste semestre, o estudo aponta que 59% dos entrevistados participam de eventos setoriais, como feiras e congressos, para conhecer novos clientes. Grande parte ainda utiliza, paralelamente, os contatos telefônicos para iniciar contatos e prospectar campos de atuação.

Henrique Gasperoni, diretor de marketing da Ibramerc, explica que o objetivo inicial da pesquisa era analisar o impacto das redes sociais no mundo dos negócios, pois informalmente havia a percepção de que elas ainda proporcionam pouco espaço para a expansão de espaços destinados à oferta e comercialização de produtos.

O estudo apontou que, da amostragem total de 200 entrevistados, 41% já utilizam facebook, twitter, Linkedin e Orkut com o objetivo de conquistar clientes e divulgar produtos e serviços. Entre eles, destacam-se as indústrias, em especial a automobilística. Segundo Gasperoni, o segmento utilizou esse meio para oferecer mais informações aos consumidores, já que se trata da aquisição de um bem de valor expressivo.

O diretor do instituto ressalta que para muitas empresas os eventos presenciais, como feiras e congressos, ainda são o principal instrumento para iniciar contatos com clientes. Cerca de 57% dos entrevistados afirmaram que estes meios são fundamentais para os projetos de lançamentos de produtos. “Neste momento, ou as empresas não aprenderam a vender nas redes sociais ou os usuários ainda não identificaram estes canais como mais um meio para aquisição de bens”, diz.

Gasperoni acredita que este quadro deverá sofrer alterações expressivas dentro de um período de três a cinco anos, quando os adolescentes que hoje trafegam com tanta naturalidade nessas plataformas sociais serão os adultos que terão maior facilidade para adquirir e vender bens nelas. “Mas, hoje, as grandes feiras setoriais continuam a atuar como o principal meio de iniciar contatos e fechar negócios.”

Máquinas– Quem necessita de máquinas e produtos de uso industrial precisa ter certeza de que vai adquirir itens de qualidade e, por isso, as feiras são o melhor meio de realizar esse tipo de negócio. Esta é a opinião de Camila Dourado, gerente de marketing da Elvi Cozinhas Profissionais. Para a executiva, estes eventos são responsáveis por uma parcela significativa das vendas anuais do empreendimento e a perspectiva de comercialização pelo Facebook, por exemplo, ainda está distante. “As vendas dos nossos produtos são realizadas racionalmente, pois exigem planejamento por parte das empresas que os adquirem. Não há apelo emocional.”

Estimativa menor para o Facebook

A empresa de consultoria eMarketer revisou para baixo o número de usuários de redes sociais na América Latina por causa do menor acesso dos brasileiros. A empresa estima que 175 milhões de internautas da região farão uso de redes sociais este ano, ante uma expectativa anterior de 191 milhões.

A previsão do número de usuários das redes sociais no Brasil foi reduzida pela companhia em cerca de 12 milhões de pessoas, para 63 milhões de internautas em 2012. A eMarketer também prevê evolução da base de usuários do Brasil mais lenta, passando de alta de 14,4% neste ano para 13,5%. Segundo o estudo, uma proporção de mais de dois em cada três usuários de internet na América Latina terá acessado as redes sociais neste ano. No caso específico do Facebook, a companhia afirma que o crescimento tem sido menor que o esperado na região, por causa da influência do Brasil – base de 41,5 milhões de usuários no País em 2012, ante 45,4 milhões na conta anterior.

Fonte: www.dcomercio.com.br – Publicado, 28/10/12 – Escrito por Paula Cunha

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