O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) divulgado na última sexta-feira mostra que economia brasileira recuou 1,20% no segundo trimestre sobre o primeiro, resultado que sugere uma recessão no primeiro semestre do ano e sem perspectivas de recuperação. Em junho sobre maio a queda foi de 1,48%. No primeiro trimestre, o indicador recuou 0,02% em relação aos três meses anteriores, número revisado (o resultado anterior era de alta de 0,03%). Com dois trimestres seguidos de contração, a economia entra em recessão técnica.
A queda de junho do indicador foi a quinta seguida na comparação mensal. Foi também o pior resultado mensal desde maio do ano passado.
Logo após a divulgação, o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton de Araújo, tentou evitar a conexão direta entre o IBC-Br e o Produto Interno Bruto (PIB), argumentando que “não é correto afirmar, nem informar, com base no IBC-Br, que a variação do PIB foi negativa no segundo trimestre”. Ele destacou que a projeção do BC para o PIB é a que consta do Relatório de Inflação – expansão de 1,6% para 2014.
O IBC-Br é mais uma sinalização de perda de força da economia brasileira no segundo trimestre, já reforçada pelos resultados do varejo e da indústria que, respectivamente, recuaram 2% e 0,6% sobre o primeiro trimestre. Em junho notaram-se os efeitos negativos da Copa do Mundo sobre ambos os setores, por causa da redução de dias úteis e do fechamento do comércio.
“O fato é que a economia já vinha em processo acentuado de enfraquecimento nos últimos meses e, a esses fatores, somaram-se as paralisações e feriados por conta da Copa”, disse o diretor de pesquisa econômica da GO Associados, Fabio Silveira. “A Copa foi o tiro de misericórdia”, completou.
Os dados do IBGE mostram que o PIB cresceu 0,2% no primeiro trimestre sobre os últimos três meses de 2013. Mas boa parte dos analistas não descarta a possibilidade de que esse número seja revisado com a divulgação do resultado do PIB do segundo trimestre, no próximo dia 29. “A situação é de estrangulamento da capacidade produtiva, e não conseguimos ver à frente melhora muito rápida”, disse o economista sênior do Espírito Santo Investment Bank, Flávio Serrano.
Fonte: www.dcomercio.com.br – Publicado, 17/08/014 – Escrito por Reuters