Empresas buscam reduzir custos

Trabalhar em casa, sonho de muitos profissionais, também já é a aspiração de empresas interessadas em reduzir custos e despesas.

O artigo 6º da Lei 12.551, que entrou em vigor no último dia 15 de dezembro, passou a não distinguir o trabalho realizado em domicílio e à distância. Mas a alteração na lei trabalhista não esclarece tudo, alertam os especialistas. É necessário que empregadores e empregados estabeleçam regras claras de atuação.

Para Fernando Borges Vieira, advogado responsável pela área trabalhista do escritório Manhães Moreira Advogados Associados, a alteração foi realizada de forma apressada. Na sua opinião, o legislador deveria prever situações como o pagamento de horas extras. Por isso, o especialista recomenda a instalação na residência dos funcionários de mecanismos de conexão com a sua plataforma de trabalho para controlar o volume de tarefas realizado diariamente.

Vieira opina que a legislação não está preparada para solucionar este tipo de problema. Por isso, ele acredita que o superior imediato e o departamento de Recursos Humanos devem avaliar se o funcionário possui o nível necessário de comprometimento e responsabilidade para trabalhar em casa.

Outra recomendação do especialista para a empresa é limitar o acesso do empregado à plataforma de trabalho. A medida evitaria, assim, a configuração de horas extras. Além disso, deve ser estabelecido claramente que todas as regras de conduta e políticas corporativas são aplicadas tanto a empregadores quanto a empregados, independentemente onde as atividades de trabalho se desenvolvem.

Tendência – Para a psicóloga e coordenadora do Programa de Gestão de Pessoas da Fundação Instituto de Administração (FIA), Cristina Limonge, o trabalho em casa é um processo que se consolidará rapidamente em razão de suas vantagens econômicas para as empresas. Por isso, ela acredita que elas devem sele-
cionar criteriosamente os funcionários que poderão trabalhar neste novo sistema – além da qualificação técnica para a função, deve haver entre encarregados e trabalhadores um sistema claro de atribuição de tarefas, com metas e prazos.

A coordenadora da FIA enfatiza, ainda, que a base de trabalho, com todos os equipamentos necessários, deve ser instalada pela empresa na residência do funcionário. Ela ressalta que atividades de risco como, por exemplo, avaliação de joias e outros bens de valor podem ser realizadas mediante a contratação de um seguro. E opina que já existem soluções arquitetônicas para residências que podem contribuir para o sucesso do trabalho no lar. Para Limonge, o profissional não precisa isolar-se totalmente do convívio familiar se estabelecer regras de convivência e separar todo o material de trabalho dos demais objetos da casa.

Quanto aos aspectos comportamentais, a psicóloga lembra que para os trabalhadores compulsivos, os chamados workaholics, o desafio é estabelecer os próprios limites e deixar claro para a empresa em que momentos excedeu os limites e em que circunstâncias eles ocorreram. “O trabalho em casa é uma tendência que vai se consolidar. Entretanto, as empresas manterão suas sedes com bastante ostentação para fixar seu nome”, conclui. E brinca que, no futuro, as empresas instalarão também banners com o seu logotipo na casa de seus funcionários.

Fonte: www.dcomercio.com.br ( Escrito por  Paula Cunha)

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