Brasileiro está usando mais o cartão

Os cartões de débito e crédito movimentaram R$ 455 bilhões no primeiro semestre deste ano, expansão de 16,3% na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).

Foram 4,8 bilhões de transações com plásticos na primeira metade de 2014, segundo a entidade, 12,3% a mais em idêntica base de comparação. “Com este desempenho, vamos conseguir alcançar R$ 1 trilhão em cartões de crédito e débito neste ano, montante que representará crescimento de 17% ante 2013”, afirmou Marcelo Noronha, presidente da Abecs, em coletiva de imprensa.

Da cifra movimentada no primeiro semestre, o cartão de crédito respondeu por R$ 291 bilhões, expansão de 13,5% em um ano. Foram 2,3 bilhões de transações, avanço de 9,5%, na mesma base de comparação. De janeiro a junho, o brasileiro gastou, em média, R$ 83,4 em cada transação com cartão de crédito, tíquete menor que o visto um ano antes, de R$ 87,7.

Já os cartões de débito movimentaram R$ 164 bilhões no primeiro semestre, alta de 21,6% em 12 meses. O plástico foi responsável por 2,5 bilhões de transações no período, aumento de 15%, e apresentou tíquete médio de R$ 43,5 ante R$ 44,7 em um ano.

O valor gasto por estrangeiros no Brasil, influenciado pela realização da Copa do Mundo, foi de R$ 1,3 bilhão em junho, aumento de 96,9% em um ano e de 55,7% ante maio. “Devemos ter impacto nos números de julho do setor de cartões também por efeito Copa”, afirmou Noronha.

O setor de cartões de crédito e débito deve continuar apresentando inflexão na curva de crescimento em 2015, resultado do aumento da base, mas a expansão permanecerá na casa dos dois dígitos, segun Noronha.

Inadimplência – A inadimplência no setor de cartões está totalmente controlada e deve se manter em patamares baixos nos próximos anos, ao redor de 7%, segundo Noronha. Ao final de junho, ficou em 6,7%, mesmo indicador visto em abril. Em junho de 2011, estava em 8%. “Não há qualquer indicativo de deterioração da inadimplência no setor de cartões.

A inadimplência do segmento colou no indicador pessoa física e vem se mantendo neste patamar”, explicou o presidente da Abecs.

Dinheiro ou cartão? – O presidente da Abecs disse ser contra a diferenciação no valor de bens e serviços para pagamento no cartão de crédito e em espécie, mas está aberta a debates. “A Abecs sempre participou de audiências públicas, inclusive, no Congresso, e estamos abertos sempre a discutir com organismos de defesa do consumidor e lojistas. Mas a experiência em outros países não foi benéfica para o consumidor nem para o mercado”, afirmou.

Noronha destacou que essa diferenciação vai de encontro à produtividade dos lojistas e que há ainda questionamentos em relação à formalização da economia, uma vez que os pagamentos feitos no cartão têm confirmação de pagamento e recebimento.

Ele reforçou ainda o papel do cartão de crédito, que, além de meio de pagamento, passou a ser ainda um meio de financiamento para o consumidor.

No primeiro semestre, segundo a Abecs, foram financiados bens e serviços novos no montante de R$ 170,3 bilhões, respondendo por 50,1% da carteira total de recursos livres.

Nesta conta, disse Noronha, não foram considerados rotativo, fatura refinanciada e compras pagas à vista.

O presidente da Abecs lembrou que o projeto que permite a diferenciação de preço no cartão de crédito e no dinheiro caminha para a Câmara e que não há debate a respeito do assunto.

Fonte: www.dcomercio.com.br – Publicado, 19/08/14 – 21:54 Escrito por Estadão Conteúdo

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