Sonho de consumo graças ao 13.º salário

A aquisição de roupas e calçados lidera a preferência de compras que o consumidor brasileiro planeja fazer com o 13º salário. Em números médios, a intenção aparece em 68,6% das entrevistas realizadas no final do mês passado pelo instituto Ipsos, para pesquisa encomendada pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP). No estudo anterior, no ano de 2010, esse percentual foi de 76,4%.

A preferência apontada pelos consumidores neste ano ratifica um comportamento histórico, mas demonstra, na comparação com a versão anterior, o aumento no número de pessoas que planejam adquirir produtos eletrodomésticos e eletroeletrônicos – salto de 18,5% (intenções no ano passado) para atuais 27,2%.

“O período de pesquisa é anterior ao anúncio da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Os números podem ser ainda mais estimulantes e refletir nas tradicionais liquidações que acontecem após o Natal”, disse o economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da ACSP, Emilio Alfieri.

O economista acrescentou que, além do benefício da redução do IPI, o movimento de vendas deverá ser impulsionado pelo reajuste do salário-mínimo, em torno de 14,5%, e a queda dos juros. “O varejo também tem que ficar atento com o período pós-Natal”, sugeriu Alfieri.

O ranking do estudo ACSP/Ipsos, com base nos percentuais médios de intenção de compra, posiciona as joias como terceiro maior grupo de produtos a ser adquirido com o 13º salário – com 14,3% das intenções, ante 12,3% em 2010.

Na sequência estão os celulares, “puxados pela classe C” (8,6%, ante 6,2% das intenções do ano passado); CDs (10%, ante 6,2%); livros (4,3, ante 3,1% das intenções de 2010); brinquedos (2,9%, ante 1,5%); e viagens, com 7,1% das intenções de consumo, abaixo dos 9,2% registrados na pesquisa do ano passado.

Região

Entre os destaques do estudo, Alfieri aponta a intenção de compra de roupas e calçados pelos entrevistados das classes D e E, na faixa de 75,5% das preferências, bem acima da média brasileira de 68,6%. Regionalmente, o destaque nesse quesito fica para o Nordeste, com 79% das preferências, seguido das regiões Norte e Centro-Oeste, com 71,9%. No Sudeste, o índice chegou a 69,2%; e no Sul, a 45,7%.

Classe D

Os consumidores das classes D e E também se descolam da média (de 4,35%) na intenção de aquisição de geladeiras, com 11,3% dos entrevistados declarando o desejo de gastar o 13º salário para a compra desse eletrodoméstico. O produto não aparece na pesquisa como plano de aquisição dos consumidores das classes A e B.

“O grande destaque, no caso das geladeiras, no entanto, é a intenção de compra de 35,6% entre as pessoas com renda mensal de até R$ 300”, afirmou o economista Alfieri.

Os entrevistados dentro dessa faixa de renda também se destacam pela intenção de adquirir celulares (71,1% dos consultados, ante a média nacional de 8,6%); e motos (28,9%, ante a média de 1,4%).

O levantamento ACSP/Ipsos revelou que, no caso de roupas e calçados, a intenção de compra dos consumidores dessa faixa de renda (de 35,6%) está bem abaixo da média, que é de 68,6%.

A pesquisa ACSP/Ipsos também ouviu a intenção dos consumidores sobre a forma de pagamento, para cada tipo de item a ser adquirido. Entre as pessoas que planejam adquirir televisores, por exemplo, 76% o farão de forma parcelada, índice que sobe para 78% no caso das compras de geladeiras, mas cai para 60% quando a intenção de compra é de micro-ondas.

Os maiores índices de aquisições à vista aparecem nas compras de CDs (89%); livros (79%); DVDs (70%); além de roupas e calçados (69%). Também na aquisição de viagens, os consumidores planejam, em 58% dos casos, efetuar o pagamento à vista; índice semelhante entre os que desejam comprar celulares (57%).

Fonte: www.dcomercio.com.br ( Publicado 11/12/11- Escrito por Fátima Lourenço)

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