O registro de inadimplentes apresentou recuo pelo terceiro mês consecutivo, conforme estudo divulgado ontem pela Boa Vista Serviços. Em março, a queda foi de 1% ante fevereiro, com retração de 10,4% na comparação com igual mês de 2012. A administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) avaliou que o resultado, de abrangência nacional, manteve a tendência de retração observada desde o início deste ano. Ela resultou da continuidade dos impactos positivos da melhoria da oferta de crédito aos consumidores, provocada pela queda da taxa básica de juros e dos spreads bancários, além da continuidade da criação de postos de trabalho em todo o País.
Flávio Calife, economista da Boa Vista Serviços, analisa que a expectativa ainda é de elevação do índice inferior a 1% em todo este ano. Ele considera o prognóstico positivo ante a elevação de 4,5% observada em 2012. Segundo ele, a perspectiva de o governo federal aumentar os juros para conter a atual elevação dos índices de inflação impedirá que ocorra diminuição de juros para os consumidores. “Diante deste quadro, os bancos não realizarão quedas de juros como fizeram no ano passado, pois naquele período havia mais espaço para este tipo de iniciativa”, explica.
O levantamento apontou que o valor médio das dívidas incluídas no mês passado foi de R$ 1.340, cifra 6,62% superior ao valor observado em fevereiro, já com ajustes sazonais e levada em conta a inflação do período. Segundo o economista, todos estes fatores continuarão a influenciar positivamente o mercado e serão decisivos para reduzir ainda mais o total de consumidores inadimplentes até o final deste ano.
O desempenho regional indica que, em fevereiro, o Sul e o Sudeste contribuíram decisivamente para o recuo do indicador agregado geral. Elas registraram, respectivamente, diminuições de 3% e 2,5% em março ante o mês anterior.
O indicador referente ao desempenho do varejo em nível nacional apresentou queda mensal de 7,3% em março ante o mês anterior e de 0,4% ante igual mês de 2012, já descontados os efeitos sazonais. O resultado acumulado no primeiro trimestre deste ano apontou elevação de 3,2% ante os três primeiros meses de 2012. Calife aponta que o resultado indica que ainda houve crescimento trimestral porque o crédito concedido ao segmento está demorando mais para cair em comparação com os bancos que já estão segurando as concessões para seus clientes.
Recuperação de crédito – Os números gerais de março, obtidos a partir do total de exclusões dos registros de inadimplentes, tiveram recuo mensal de 4,3% no mês sobre fevereiro, sem os efeitos sazonais. Em comparação com igual mês de 2012, houve aumento de 3,4%. No primeiro trimestre, o indicador apontou crescimento acumulado de 5% ante os três primeiros meses do ano passado. Para 2013, a projeção é de expansão de 4,8% ante a 2012.
Na análise de desempenho por região, todas as áreas registraram diminuições em março em relação ao mês de fevereiro. Os destaques ficaram com o Sudeste, queda de 5,9%, e Norte, alta de 2,9%. Na comparação com março do ano passado, a maioria das regiões registrou resultado positivo, especialmente Norte (8,3%) e Nordeste (9,9%). A única exceção foi o Sul, com queda de 0,5%.
Na recuperação de crédito exclusivamente do varejo, houve uma pequena alta de 0,6% em março sobre fevereiro, sem a influência dos efeitos sazonais. Os resultados apresentados pelas regiões Norte (2,2%), Nordeste (1,3%) e Sudeste (1,1%) foram decisivos para a alta.
Fonte: www.dcomercio.com.br – Publicado, 11/04/13 – Escrito por Paula Cunha
