As cidades campeãs do varejo paulista são destaque em pesquisa do IBGE

A força da atividade confirma a posição de Guarulhos,Osasco, Campinas e Sorocaba como grandes polos urbanos no Estado

A região metropolitana de São Paulo continua sendo o principal polo econômico do Brasil, mas sua capacidade de compartilhar desenvolvimento e riqueza com o restante do Estado se tornou ainda mais visível em um recente estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), intitulado Arranjos Populacionais e Concentrações Urbanas.

A instituição adotou um novo conceito para explicar o fenômeno da urbanização contemporânea do país, agora organizada como arranjos urbanos, os agrupamentos de dois ou mais municípios que mantêm forte integração populacional. A pesquisa identificou 294 arranjos em todo o país, dos quais 26 formam grandes concentrações urbanas. Cinco estão no Estado de São Paulo.

O Estado é o único com mais de uma grande concentração urbana. O maior agrupamento é formado pela capital e outros 35 municípios, somando 19,6 milhões de habitantes. As outras concentrações urbanas paulistas são grupos de municípios nas regiões de Campinas (1,8 milhão de habitantes em oito municípios), Baixada Santista (1,5 milhão em sete municípios), São José dos Campos (1,4 milhão em seis municípios) e Sorocaba (779,7 mil em cinco municípios).

Segundo o IBGE, estes arranjos formam aglomerações que “cumprem múltiplas funções e potencializam a capacidade de produzir bens, prestar serviços, estabelecer parcerias e gerir recursos”. O principal fator de integração entre os municípios é o deslocamento de moradores para trabalho ou estudo.

Um exemplo perfeito é a concentração urbana de Campinas. A região se mantém na posição de segundo pólo do Estado de São Paulo e 12º do país, segundo o IBGE. Embora de longa data, sua importância para a região não deixa de crescer. Atualmente, há oito municípios em seu círculo de influência direta, em função da qual 159 mil pessoas (8,5% da população) se deslocam para estudar ou trabalhar.

A região possui um dos mais importantes centros universitários do país e conta com mais de 66 mil empresas instaladas, parte das quais dedicadas à alta tecnologia e inovação. No varejo, está quase empatada com Osasco na vice-liderança.

A irradiação geográfica e socioeconômica da concentração urbana da capital paulista levou o IBGE a classificá-la em uma nova categoria, a de “cidade-região”. Os números são impressionantes – 11 diferentes arranjos populacionais reunindo 89 municípios e 27,4 milhões de habitantes, representando 14,4% da população brasileira. O Produto Interno Bruto (PIB) desta mega aglomeração é de R$ 964 bilhões, equivalente a um quarto do PIB nacional.

O VAREJO REFLETE O PERFIL DE URBANIZAÇÃO

O fenômeno que tornou o interior paulista o segundo mercado de consumo do país está reproduzido no desenvolvimento do mercado de varejo e foi captado pela pesquisa Evolução e Perfil do Varejo Paulista 2008-2013, produzida pelo Instituto de Economia da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

O estudo mostra que, entre 2008 e 2013, as vendas do varejo no Estado cresceram 20,5%, descontada a inflação, beneficiando a geração de empregos, que aumentou 25% no setor no mesmo período. Em relação ao total do crescimento no Brasil, de 54,6%, o índice paulista revela perda de participação relativa de São Paulo no comércio nacional.

Embora continue sendo o maior mercado de consumo do país, o varejo da capital vem apresentando crescimento mais lento do que outras regiões, com sua participação no total das vendas no Estado caindo de 35% para 30%. A pesquisa do Instituto de Economia da ACSP demonstra o deslocamento deste movimento para o interior, onde algumas regiões apresentaram significativo aumento em termos absolutos e relativos.

OS POLOS DE ATRAÇÃO

A expansão do varejo no interior do Estado repercute a irradiação das atividades do setor industrial e da construção civil, que se somam à presença do agronegócio. O movimento aumentou a demanda por profissionais mais especializados e levou à oferta de melhores salários.
Isto provocou mudanças profundas no perfil de muitas cidades, beneficiando o fortalecimento das competências locais, como educação, saúde, serviços, indústria, tecnologia etc. Quinta maior concentração urbana de São Paulo e 24º no país, Sorocaba deve sua dinâmica de crescimento à atração industrial, ao comércio e à educação universitária. Cinco municípios orbitam em volta da cidade-sede, na qual estão instaladas quase 27 mil empresas.

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Conhecida como um centro de excelência em medicina e saúde e polo universitário, Marília se destaca entre as cidades médias no ritmo de crescimento no e movimento do varejo. Entre 2008 e 2013, a região cresceu 35,9% no volume de vendas do comércio e detém 1,8% de participação no mercado de varejo estadual.  A oferta de emprego no varejo expandiu 27,1% neste período.

Inseridas na concentração urbana da capital paulista, Guarulhos e Osasco foram identificadas pela pesquisa do IBGE como pólos de dois dos maiores fluxos de pessoas entre municípios no País. No total, 146,3 mil pessoas se deslocam regularmente entre as duas cidades Guarulhos e São Paulo. Entre Osasco e a capital, mais de 112,4 mil pessoas circulam para trabalhar ou estudar.

Na pesquisa do Instituto de Economia da ACSP, os dois municípios são analisados isoladamente e despontam como fenômenos de crescimento no varejo. Em primeiro lugar, Osasco apresentou um crescimento de 43,4% de crescimento entre 2008 e 2013 e tem participação de 10,9% no movimento do varejo do Estado, tendo superado Campinas. Veja mais detalhes no quadro a seguir:

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Com informações de Estadão Conteúdo
FOTO: Thinkstock/ INFOGRÁFICO: Odilon Queiroz

Fonte: www.dcomercio.com.br   –  SÃO PAULO, 30 DE MARÇO DE 2015 ÀS 11:44 POR INÊS GODINHO

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