O primeiro Estado a ter um indicador do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) regional mensal foi São Paulo. A partir deste ano, a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) passa a divulgar, mensalmente, os dados que apurou sobre o crescimento da economia paulista. As informações de janeiro mostram o avanço de 2,1% em janeiro ante dezembro, a variação mensal mais alta desde novembro de 2011, quando chegou a 2,9%. “Quando você começa num patamar mais alto, a sua perspectiva é melhor”, afirmou o gerente de Indicadores Econômicos da Seade, Vagner Bessa. Na comparação com janeiro de 2012, o PIB paulista no primeiro mês de 2013 cresceu 3,6%. A economia do Estado está muito ligada a investimentos produtivos e ao comércio externo com Argentina, Estados Unidos e Europa.
Em janeiro, o crescimento econômico foi puxado pela indústria (alta de 3,8% ante dezembro). “São Paulo representa 42% da indústria de transformação e 57% da indústria de máquinas e equipamentos”, disse. Os destaques em janeiro na indústria da transformação foram: automobilística, refino de petróleo, máquinas e equipamentos e produtos químicos. Dos 20 gêneros analisados, 13 apresentaram aumento. O nível dos estoques ficou “dentro do planejado” pelas empresas e a utilização da capacidade instalada girou próximo ao usual, de 70%.
A produção industrial responde por, aproximadamente, 29% da atividade econômica paulista, perdendo apenas para o setor de serviços, que chega a 69,1%. O segmento agropecuário corresponde a apenas 1,9% do total. “São Paulo depende muito de investimentos”, reiterou Bessa. “Costumamos falar que, quando você tem consumo, a economia do Nordeste cresce. Mas quando tem investimento, cresce o eixo do Sudeste”, disse ele.
Além disso, há esferas muito fortes em São Paulo, como saúde, administração pública e segurança, que não estão, necessariamente, ligadas ao bom desempenho econômico. “Quando crescemos, não é um crescimento explosivo, mas também, quando caímos, não quer dizer que a economia paulista vai entrar em recessão, pois o setor de serviços dá uma segurada”, declarou.
As características peculiares de São Paulo fazem com que, possivelmente, segundo o economista, São Paulo cresça mais em 2013 do que a economia nacional, a exemplo do que ocorreu no ano passado. Em 2012, o crescimento registrado pela Seade no Estado foi de 1,4%, enquanto o PIB brasileiro, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), teve expansão de 0,9%. Para 2013, o desempenho da economia paulista, além dos investimentos, vai depender da recuperação das economias americana e europeia e do comércio externo com a Argentina. As exportações para a China, relevantes para o comércio exterior nacional, por exemplo, não são expressivas em São Paulo, representando cerca de 3%. “Chegamos a um patamar muito alto de atividade.
Estamos com patamar de crescimento menor agora, mas num nível de atividade bastante alto. Isso explica em parte porque o mercado de trabalho não expressa taxas maiores de desemprego: o nível de atividade ainda está alto.”
Fonte: www.dcomercio.com.br – Publicado, 21/03/13 – Escrito por Estadão Conteúdo