Pesquisa sobre intenção de compra realizada pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em parceria com o Instituto Ipsos, divulgada na última sexta-feira, revela que, apesar de ainda estarem confiantes, os consumidores estão mais indecisos neste ano. Pelo estudo, 27,8% dos entrevistados ainda não sabem como irão gastar a primeira parcela do 13º salário. Em 2010, o número correspondia a 18,2% dos 1 mil consumidores ouvidos mensalmente em todas as regiões do País.
Seguindo essa mesma linha, os que pretendiam usar o abono para comprar presentes no momento da pesquisa equivaliam a 17,8%, ante 24% em igual período de 2010. Segundo Rogério Amato, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), o levantamento ratifica que o consumidor está em “compasso de espera”: ele aguarda uma definição do cenário econômico global para decidir se vai ou não às compras, ou se guarda o dinheiro do 13º. “Ou seja, se as vendas estão fracas neste momento, não é por falta de dinheiro no bolso do consumidor”, diz Amato.
O pagamento de dívidas, um dos usos habituais do 13º salário, subiu ligeiramente, de 27,2% no ano passado para 28,9% neste ano. A intenção de poupar o abono também teve pequena alta, de 18,2% para 18,8% em 2011. Para quem pretende dar destino específico ao recurso, o destaque é o item reforma da casa/compras de material de construção, que saltou de 2,3% para 5,6% em 2011. Já a intenção de usá-lo para adquirir imóveis – opção que aparece pela primeira vez na pesquisa – apresentou intenção de compra de 1,1%.
Comprovando que o consumidor está à espera das “cenas dos próximos capítulos” do cenário econômico, outros itens apresentaram ligeira queda na intenção de compra em relação ao ano anterior. Como viajar, que caiu de 9,1% para 7,8%, e comprar roupas, que teve queda de 2,3% para 2,2%.
Andar de carro novo não está nos planos de nenhum dos entrevistados neste fim de ano, de acordo com a pesquisa, sendo que no ano passado 2,3% deles tinham intenção de adquirir um automóvel. Por outro lado, comprar alimentos e medicamentos com o 13º, opções que não foram apontadas pelos entrevistados em 2010, apareceu como intenção de 2,2% dos entrevistados em 2011.
Na opinião do economista da ACSP Emílio Alfieri, o fim de ano vai depender do cenário econômico. Segundo ele, mesmo que este Natal não tenha crescimento significativo como o de 2010 – devido à base de comparação muito alta – certamente estará entre os melhores Natais dos últimos dez anos.
“E há expectativa de recuperação nos primeiros seis meses de 2012, com a tendência de queda da taxa básica de juros (Selic) – que deve mostrar seus impactos até o Dia das Mães –, assim como o reajuste do salário-mínimo no começo do ano, que vai beneficiar ativos e aposentados, e as eleições, que vão aumentar os gastos nos municípios”, destaca o economista da ACSP.
Fonte: www.dcomercio.com.br -Publicado em 13 Novembro 2011 19:22 – Escrito por Karina Lignelli